domingo, fevereiro 12, 2006

Das Portas Que Se Abrem

Já lhe tinham dito várias vezes que quando uma porta se fecha, outra mais adiante se abre (há também a versão da janela). Mesmo assim, era difícil manter-se quieto e em silêncio perante a enormidade, o peso e a solidão de uma porta fechada. Com muitas chaves. Sete, talvez. Também já alguém comentara, de passagem, enquanto continuava com o olhar fixo na madeira que não faz ricochete, que para encontrar uma nova porta aberta, havia que aceitar a solidez da porta fechada e andar um pouco mais à frente no corredor... Apesar dos conselhos sábios dos eternos buscadores de uma saída, o rapaz continuava olhando aquela entrada interdita. Uma coisa era certa - os seus olhos não eram olhos de quem via madeira. Não. Os seus olhos eram olhos de quem via lindas cores, fabulosas matizes, criadas pelas pinceladas da esperança mas também do medo. Com medo paralisara. E só esboçou alguns breves movimentos quando deu por si a esboçar largos riscos de tinta, com as cores do arco-íris, na pesada porta, que era de todas as cores, de muitos bateres de coração, mas que já não era de madeira.
"Closed Door", Jens43

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Fragmentos REM ...

... é assim o turbilhão da vida, aquele que alenta e consome...
... a respiração ofegante que se torna apneia...
... enredo-me no ciclone visível pelos olhos da alma... Sei que não poderei resistir.
Apneia... taquicardia... agitação a chegar ao limite... mais ainda...
... até ao súbito silêncio e novamente o negro da noite. Respiro fundo.