terça-feira, dezembro 11, 2007

Quando o depois não se avista...

é porque o início regressa, no ciclo infindável e incessante dos dias...


O Kafkiano prolonga as suas asas em...

Água da Lua

www.agualua.blogspot.com

segunda-feira, agosto 06, 2007


de: http://photoblog.dralzheimer.stylesyndication.de/

Recordo a caneta, a tinta e o papel...
a nuvem desfeita e semi-palpável
o algodão e a sensação

Em breves instantes,
em breves escassos segundos
irrecordável no passo seguinte.

As palavras ficaram noutro caderno.
Procuro-lhe incessantemente as páginas.

terça-feira, maio 01, 2007

ReenCARNação

Deixam-se as fitas de luz incendiar as entranhas
Como se fossem partículas e não mecanismos de carne
Como se as palavras se percebessem meramente por serem palavras
E não resultado de realidade dividida e partilhada

A renovação surge como nova ( a palavra indica )
Contudo, apenas podridão... renascimento ou reencarnação.

A carne já é carne há muito tempo.

Imagem: "Visceral Landscapes", J.M. Culver

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Bolas de Sabão


A saudade e a falta vivem na mesma morada e são feitas de pequenas bolas de sabão esvoaçantes que encerram em si o arco-íris. Escrevem-se enquanto se vêm subir por detrás da janela com vista para o mundo que não conheço, o qual observo, mas pelo qual não anseio. Eu própria me visto de bola de sabão, trémula, debaixo da luz. Procurando um recanto de sombra que me aconchegue e me adormeça. As bolas de sabão sobem e acumulam-se no tecto da memória, onde se condensam e choram pelas paredes em salpicos tremeluzentes. É o meu paraíso húmido e quente, como o ventre que um dia me transportou e que, por um dia dele ter querido sair, me encontrei com a ausência e a lacuna. Agora feitas bolas de sabão. Ainda que com o arco-íris lá dentro.